domingo, 31 de agosto de 2008

Quero ir dormir...

Mas há vezes em que as responsabilidades chegam nas piores alturas e temos de as assumir. Refiro-me, obviamente, à seca que é ter de acabar um relatório de estágio.

Desespero.

Ui! E isto nunca mais acaba.

Hoje, mais do que nunca, cada linha que escrevo parece demorar uma eternidade para chegar ao lado direito da página. E cada página, demora horas e horas incansáveis para terminar.

Olho para o relógio do computador e os minutos nele conseguem passar mais rapidamente do que cada parágrafo que escrevo.

Queria estar lúcida do que pretendo dizer, queria escorrer o meu pensamento nas páginas daquele relatório como o faço nas linhas deste texto.

Porque não é assim tão fácil?

Ai...

Música que não conheço na televisão, msn desligado... tudo em prol de uma maravilhosa tentativa de concentração... mas em vão.

Poderei fechar os olhos? Só um pouco... e acordar e isto já estar terminado... também era bom.

Bem, vou tentar parar de fugir do que tem de ser (é incrível como passo a vida a fazer isso... é duro aceitar a realidade... duro demais para mim nos últimos tempos... ainda dói... ).

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Para ti, meu anjo*

Estás quase a chegar!

Hoje, quase que te imaginei.
Entrei no quarto e vi tudo lindo, no sítio, preparadinho para ti.

Azul e branco espalhado por todo o lado…
E bonequinhos e desenhinhos no tapete…

Quase que te consigo imaginar ali. Deitado na caminha, a dormir, num sono tão calmo e belo!
E consigo imaginar como serás, o teu narizinho arrebitadinho, as bochechas dóceis, o cabelinho que mal se vê...

Gostava de sonhar contigo. Gostava que viesses visitar-me e fazer-me esquecer daqueles pesadelos que tenho à noite. Daqueles sonhos que até seriam bons, não fossem eles o oposto da realidade...

Vem acalmar o meu coração meu anjo, vem fazer-me esquecer do que já passou e seguir em frente... vem apresentar-me um futuro belo em risonho em que tu serás a principal razão do meu sorriso... aquele sorriso puro e sincero que sempre tive...

Vem amparar a minha tristeza e transformar as minhas lágrimas solitárias e desesperadas em fontes de alegria por estares comigo!

...

Ainda não chegaste... mas continuarei à tua espera...

Memórias



É engraçado como há um ano atrás esta música nada me dizia... e há um ano atrás, estava eu na euforia de ir para a Turquia.
Que saudades de lá...
E foi lá que comecei a ouvir esta música e a associar-lhe vários momentos. Por incrível que pareça, a letra da música nunca teve a ver com as memórias que ela me traz à cabeça: sempre sorri muito ao ouvir esta música (é certo que ouve um tempo que nem a melodia conseguia suportar)...
Mas agora, não sei se pela sua letra, não consigo sorrir novamente quando a oiço. Lembro os momentos que recordava antes, sim; mas continuo a associar-lhe outros mais... e cria-se aquele nozinho na garganta, aquela sensação horrível na barriga de que parece que algo de mal vai acontecer...

domingo, 24 de agosto de 2008

Triste olhar

Céu limpo, azul, lindo.
Um sol exemplar, resplandecente, a raiar.

Sinto o calor daqueles raios a bater-me no peito…
Sinto o vento a tocar-me nos cabelos com que me deito.

Fecham-se os olhos…
E sente-se este quente de verão,
Este quente que aquece até o coração…

Deito-me.
E sinto o fresco da erva nas minhas costas,
Sinto-a até em partes opostas,
E àqueles pedacinhos que se entrelaçam nos dedos… nos pêlos e nos cabelos…

Sorrio…
Parece que estou a aprender de novo a sorrir.
A contemplar, apreciar e deixar-me encantar!
A simplicidade de tudo o que me rodeia…
Mas a beleza com que encandeia,
O mais triste do meu olhar.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Apagar-te de mim

"Um passo, pequenino.
Mais outro, em frente.
Eu consigo... eu sei que consigo.
Vá Joana, outro...
...
E, eis que, finalmente, sorrio!"


Eu sorri!!! Eu tenho um sorriso nos lábios.
Não dói o corpo, porque a alma alcançou o equilibrio. Eu sou forte e não é (e espero que nunca seja) o abandono, a recusa, o sofrimento, a mudança, ... nada disto que me fará desistir.
Não vou lutar pelo que queria: porque me apercebi atraiçoada, magoada, enganada por palavras e atitudes que se demonstraram contrárias à verdade.
Por isso não luto. Porque não gostaria de mim mesma se o fizesse.
Lutarei sim, por mim, pela vida. Pelos que me apoiam, que estão aí.
É por vocês que dou mais um passo... que sorrio.
E este sorriso é vosso... obrigada!

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Hoje encontrei uma música que me fez pensar muito...
Não consegui resistir a partilhá-la com vocês.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Dor...

Pareço perder os sentidos.
Nada vejo, em nada penso, apenas sinto.
Sinto uma dor imensa, intensa, horrível... uma dor que se apodera de cada parte do meu corpo, que as faz convergir todas numa só direcção e querer, querer desesperadamente unificar todas essas partes numa só, e ter forças... ser forte para conseguir aguentar a dor.
Mas dói... dói tanto cá dentro... onde dói mais? Já não sei...
Vejo luzes a passar... forte, fraca; forte, fraca... parece que vou num comboio e oiço as rodas da maca como se fossem os carris... oiço pessoas ao longe, oiço-as falar em línguas diferentes... tento perceber algo, algumas consigo, mas outras estão muito longe... e apercebo-me que até os meus ouvidos estão mais concentrados em tentar fazer passar a dor.
Páro então. Lentamente as pálpebras abrem-se precisando de tanta força como a que eu preciso, para aguentar a dor. Não consigo ver nada... tenho os olhos turvos...
E de repente, lágrimas caem, caem e tornam a cair pela minha face, rolando pelo meu pescoço... percebo então que não são só dores, estou triste, tão triste!
Ergo-me, tiro a minha roupa... compassadamente, como se a despisse ao som de uma canção horrenda que fizesse pensar que cada peça que tirava, era um segundo, um minuto, uma hora que entregava da minha vida àquela maca, àquele hospital.
Visto uma camisa cheia de florzinhas (quiçá tentem fazê-las bonitas) com as iniciais HUG. Mandam deitar-me outra vez e alguém fala comigo, tenta explicar-me o que vai acontecer. As lágrimas não param de crescer nos meus olhos, como se fossem gotas de água a nascer no cume de uma montanha...
Sinto uma agulha espetada no meu braço esquerdo; alguém chega, mudam-me para uma cama. De novo os corredores de luzes, as rodas como carris, as vozes de fundo... e eis que estou num quarto. Outras pessoas estão também, mas sinto-me só. Está escuro... oiço dificuldades de respiração, oiço o meu choro de criança desesperada, oiço aquelas gotas de soro a cair, cronometradamente; mais uns minutos e a estas se juntam as do medicamento, mais rápido, mais eficaz e que me faz então adormecer...
São só uns minutos, não tenho sequer noção de quantos. Acordada de novo, de novo os corredores, as luzes, as rodas como carris. E estou dentro de uma máquina. Sinto-me uma folha em branco, daquelas que pegamos e metemos na fotocopiadora e depois sai com alguma marca. Voltei à cama, mas não encontrei a marca... e dói mais então. Não a vemos, mas sentimos, sabemos que ela está lá.
Sabemos que não estamos bem, que algo que não devia está connosco. E para mim, é muito mais do que aquela agulha espetada no meu braço, que me faz recear sequer mover um milímetro...
...
Vejo tudo turvo de novo... E as lágrimas correm outra vez. Molham-me o pescoço e vêm secar na camisa, naquela camisa feia do hospital. Cerro os olhos... quero adormecer. Quero acordar e pensar que tudo não passou de um pesadelo...
um pesadelo... que comecei a viver há uma semana atrás...

domingo, 17 de agosto de 2008

Para uma grande amiga...

Minha linda:

a distância pode tentar manter-nos longe, mas nunca, realmente distantes. Há sentimentos que nada nem ninguém pode impedir, e a nossa amizade é assim.

Estejas tu onde estiveres lembra-te sempre, bem dentro do teu coraçãozinho, que eu estou lá. Estou lá porque mereces, porque gosto muito de ti e porque serás sempre, um dia, a "tia" de um bébé meu, como sei que serei de um teu...

Mas um dia! Daqui a muito tempo, o tempo suficiente para os planearmos, para os querermos e desejarmos em toda a nossa plena consciência. Porque infelizmente, o amor e o desejo não chegam... mas um dia, será mais do que suficiente.

E quando esse dia chegar, tal como hoje, estou aqui para ti.

Estou e estarei... sempre aqui, para ti.

Adoro-te! Um grande beijinho*

De volta...

A pedido de muitas famílias (olha que cómica que eu estou)...

Resolvi voltar a tentar escrever no meu blogue. Foi dificil tomar a decisão de o apagar, mas mais ainda aceitar que muita coisa que havia descrito, sentido e partilhado com vocês, tinha acabado.

Peço desculpa pela fraqueza que se apoderou de mim, mas acreditem que não tomei a decisão mais fácil... apenas a menos dolorosa.

E, para os que sabem dos últimos acontecimentos da minha vida, fácil é de entender que eu não queira mais dor para mim...

Bem, vou-me inspirar um pouco... :)

Obrigada por tudo, a todos vós!