segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Dor...

Pareço perder os sentidos.
Nada vejo, em nada penso, apenas sinto.
Sinto uma dor imensa, intensa, horrível... uma dor que se apodera de cada parte do meu corpo, que as faz convergir todas numa só direcção e querer, querer desesperadamente unificar todas essas partes numa só, e ter forças... ser forte para conseguir aguentar a dor.
Mas dói... dói tanto cá dentro... onde dói mais? Já não sei...
Vejo luzes a passar... forte, fraca; forte, fraca... parece que vou num comboio e oiço as rodas da maca como se fossem os carris... oiço pessoas ao longe, oiço-as falar em línguas diferentes... tento perceber algo, algumas consigo, mas outras estão muito longe... e apercebo-me que até os meus ouvidos estão mais concentrados em tentar fazer passar a dor.
Páro então. Lentamente as pálpebras abrem-se precisando de tanta força como a que eu preciso, para aguentar a dor. Não consigo ver nada... tenho os olhos turvos...
E de repente, lágrimas caem, caem e tornam a cair pela minha face, rolando pelo meu pescoço... percebo então que não são só dores, estou triste, tão triste!
Ergo-me, tiro a minha roupa... compassadamente, como se a despisse ao som de uma canção horrenda que fizesse pensar que cada peça que tirava, era um segundo, um minuto, uma hora que entregava da minha vida àquela maca, àquele hospital.
Visto uma camisa cheia de florzinhas (quiçá tentem fazê-las bonitas) com as iniciais HUG. Mandam deitar-me outra vez e alguém fala comigo, tenta explicar-me o que vai acontecer. As lágrimas não param de crescer nos meus olhos, como se fossem gotas de água a nascer no cume de uma montanha...
Sinto uma agulha espetada no meu braço esquerdo; alguém chega, mudam-me para uma cama. De novo os corredores de luzes, as rodas como carris, as vozes de fundo... e eis que estou num quarto. Outras pessoas estão também, mas sinto-me só. Está escuro... oiço dificuldades de respiração, oiço o meu choro de criança desesperada, oiço aquelas gotas de soro a cair, cronometradamente; mais uns minutos e a estas se juntam as do medicamento, mais rápido, mais eficaz e que me faz então adormecer...
São só uns minutos, não tenho sequer noção de quantos. Acordada de novo, de novo os corredores, as luzes, as rodas como carris. E estou dentro de uma máquina. Sinto-me uma folha em branco, daquelas que pegamos e metemos na fotocopiadora e depois sai com alguma marca. Voltei à cama, mas não encontrei a marca... e dói mais então. Não a vemos, mas sentimos, sabemos que ela está lá.
Sabemos que não estamos bem, que algo que não devia está connosco. E para mim, é muito mais do que aquela agulha espetada no meu braço, que me faz recear sequer mover um milímetro...
...
Vejo tudo turvo de novo... E as lágrimas correm outra vez. Molham-me o pescoço e vêm secar na camisa, naquela camisa feia do hospital. Cerro os olhos... quero adormecer. Quero acordar e pensar que tudo não passou de um pesadelo...
um pesadelo... que comecei a viver há uma semana atrás...

2 comentários:

Filho disse...

...

Numa altura em que hospitais passaram a fazer parte do meu quotidiano (logo eu que os detesto), acho que sei o que é estar num local como esse, num ambiente que não é nada propício para quem já tem problemas que chegue. Não é bom, mas só se vai para o hospital quando se precisa, né?

Mas não é isso que me traz a este comentário. O que me traz aqui é o desejo de te ver bem, é a sensação de que as coisas vão melhorar. É a certeza de que tu vais suplantar isto tudo porque és capaz e porque sei que vais chegar ao objectivo que tanto pretendes.

Por mais que magoe, e eu sei que o "pesadelo" magoa, sei que vais sair disto de cabeça erguida, mais forte, menos crente - é certo - mas mais forte e mais sábia também.

Quero te deixar umas palavras de incentivo e de esperança. Não faças como eu...não percas a esperança, ok? Pelo menos isso eu posso te dizer. E também te posso deixar este provérbio chinês: "Jamais desesperes, mesmo perante as mais sombrias aflições de sua vida, pois das nuvens mais negras cai água límpida e fecunda".

Hoje é dos teus olhos que cai água. Mas isso deixará de acontecer e um dia só irá cair do céu mesmo. E nesse dia essa mesma água será a benção para a felicidade que almejas e ambicionas. A felicidade que, eu sei, vais alcançar.

Acima de tudo, porque mereces ser feliz...

*

MI disse...

olá joana...

Começo por te dizer k lamento mt k extejas perante a situação k descreveste!

Por má ou pior k seja a causa dessa tua estada aí, smp nos custa parar e ter lutar mais uma vez!

Dor...sentes dor...mas o corpo pode doer, até pode doer o coração...só não pode doer a alma, pk so knd a alma esta doente, corremos verdadeiros riscos...

a vida é complexa e muitas vezes complicada msm...o nosso corpo é uma makina estranha e, komo somos seres pensantes, nem smp o ajudamos a funcionar da melhor forma...ms a alma é k nos aliemnta e nos impele a seguir em frente!

Não percas a concentração, mentaliza-te k td vai ficar bem e acredita verdadeira/ em algo ou alguém, ms sobretd em ti, na tua vontade e na tua oportuniadde de fazeres algo por ti msm nesta situaçao...usa o cerebro, como sabes tao bem fazer...

o nosso cerebro, esse sim, tem poderes incalculáveis k mts vezes so descobrimos perante as situaçoes com k somos confrontados...ele pode, de facto, fazernos adoecer, ou ajudarnos a lutar contra a doença!!!

Imagino k te sintas so na tua dor, ms olha a tua volta...n precisas d te por no lugar das pessoas k ves...é igual ao teu...pensa so nisso e veras k esse tempo so teu, acaba por te fazer bem!

Espero k td te corra pelo melhor e voltes bem e depressa para a tua vida.

Sei k vais conseguir pq tens o k é preciso: objectivos e motivação.

Quem tem objectivos sabe sempre para onde ker ir e kem tem motivação, não perde a experança de la xegar!

Sei k es uma pessoa de objectivos e k te experam pessoas mt boas em motivação...agarra-te ao k te faz kerer voltar e passa+rapido!

Não te exkeças d kem te ker loira e linda outra vez!a roupa dai n é fashion ms Força e coragem...

sempre c akele sorriso k tao bem sabes conservar!

Desc se te cancei!

as melhroas, Mª Inês Ramos.